Neste mais novo texto do meu querido e pequeno Blog, escreverei a todos os queridos leitores e visitantes sobre um aniversário que não faz muito bem a memória de muitos brasileiros e também cidadãos estrangeiros fascinados pela Fórmula 1, porque trata-se do aniversário de despedida do maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos, no meu ponto de vista, o Ayrton Senna, do Brasil.
Lembro-me como se fosse hoje, estava eu de visita em um prédio em que o meu falecido pai trabalhou como zelador no bairro de Moema na região sul da minha amada e caótica Sampa, quando surge aos prantos uma colega que infelizmente não me recordo o nome, só lembro que eu a achava bonita... Surgiu a chorar impiedosamente dizendo que "nosso" Ayrton havia sofrido um acidente muito feio durante a corrida e que provavelmente seria também o último em sua vida como piloto de carros de Fórmula 1.
O surgiu a seguir ao acidente foram notícias e mais notícias até a pior de todas chegar de vez, a notícia de que tínhamos perdido o nosso maior ídolo do esporte nacional, que fazia questão em todas as vitórias em erguer uma bandeira da qual tinha orgulho em representar, um brasileiro que adentrava em nossas casas nas manhãs de domingo na maioria das vezes para nos trazer emoção e alegria, era o Ayrton que há trinta anos atrás se despedia de nós sem nos dar mais um domingo de festa ou não, mais um domingo de fortes emoções.
Um ídolo que se foi de uma maneira trágica e prematura, que fez parar uma cidade como São Paulo apenas para podermos acompanhar o trajeto do aeroporto até o cemitério que o recebeu na forma física, uma cidade de milhares de pessoas que simplesmente deixou de lado tudo o que estava a fazer para acompanhar um caminhão de bombeiros que o levava para o descanso eterno. Um ídolo que fez e faz falta num país que infelizmente não consegue valorizar praticamente nada fabricado no próprio país porque nem cultura e nem educação possui para tal coisa. Um ídolo, um piloto, uma pessoa, uma vida que se foi num domingo em que sequer estávamos a espera de um final trágico.
Lembro-me que enquanto criança perdia horas de sono para poder vê-lo a pilotar a sua maravilhosa McLaren pelas retas e curvas japonesas, era difícil ficar acordado mas ao mesmo tempo era maravilhoso a sensação de fazer parte de uma corrida que sem apresentava através da TV, mas que me fazia muito bem a mente e a alma, também ao corpo. Ayrton era sem dúvida a pessoa que nos fazia perdermos horas de sono porque realmente valia muito a pena estarmos a frente de uma TV para vê-lo correr, para vê-lo pilotar.
Infelizmente hoje sentimos saudades de um ídolo, sinto pena daqueles que infelizmente não tiveram a oportunidade de vê-lo nas pistas, principalmente quando ele provou para muitos que há pontos de ultrapassagens em pistas totalmente adversas para fazê-las, que as chuvas não eram obstáculos e sim aliadas para conquistar vitórias. Ayrton estava sempre pronto para superar os limites, do corpo e do carro, era o piloto que conseguia fazer o que ninguém conseguia fazer mesmo tendo em mãos um carro inferior aos demais, e Ayrton era show de dedicação e de perseverança, e como era bom acordarmos aos domingos de manhã para vê-lo pilotar.
Trinta anos sem Ayrton é mesmo muito tempo, percebemos o quanto o tempo passa rapidamente e o quanto nós o temos em mente e no coração, o "Rei de Mônaco" porque foi o piloto que mais ganhou em Monte Carlo, mesmo tendo um carro inferior em alguns momentos, o ídolo que jamais cairá no esquecimento porque somente quem o viu nas pistas saberá o que eu realmente quero dizer.
Espero que um dia o Brasil tão carente de ídolos possa ter um novo que possa representar tão bem um país como Ayrton representou. O único que vi chegar próximo a ele foi Kuerten (Guga, o nosso tenista), porque atualmente não vejo mais ninguém que possa fixar os brasileiros a frente de uma TV com tanto entusiasmo e fervor como Ayrton fazia todos os domingos de corrida.
Que jamais deixemos o seu legado desaparecer, que sirva de exemplo a sua dedicação e o seu esforço para ser sempre o melhor, e que possa surgir em algum momento um novo piloto brasileiro que possa erguer a bandeira do Brasil no lugar mais alto do pódio nas corridas de Fórmula 1, porque estamos a precisar disso, mas sem comparações, porque Ayrton foi e será apenas um e não teremos mais nenhum outro em nossas vidas.
Sem comentários:
Enviar um comentário