Infelizmente ao começar este novo texto, com um pouco de atraso, escreverei a todos os queridos leitores e visitantes sobre um dos ícones do desporto brasileiro em uma área que só ficou mais conhecida a partir do momento em que o genial e "raçudo" Maguila surgiu para quem gostava ou não de boxe, até porque no Brasil, muitos idolatravam, e idolatram até hoje, o que vem de fora, e o Maguila, o nosso pugilista, sofria um pouco com isso.
Infelizmente para a minha geração perdemos alguém importante, era um dos poucos que nos faziam perder horas para o ver na televisão a representar o país um pouco tarde da noite, muitas lutas interessantes de uma pessoa que ao mesmo tempo que era um desportista, também era uma figura caricata, com expressões interessantes, com muita força de vontade e garra de lutar e vencer na vida, ainda sendo de origem humilde, nascido no Estado do Sergipe, na região Nordeste do Brasil, uma região caracterizada pela exploração e pelo esquecimento por parte dos políticos, mas com muita gente talentosa em todas as vertente, e Maguila foi um deles.
Nesta semana o perdemos devido ao excesso de pancadaria que o boxe exerce a quem o pratica, porque infelizmente o Maguila acabou por sucumbir a uma doença marcada pelas pancadas que recebeu diagnosticada em 2013. Eu próprio nunca tinha ouvido falar do seu nome, mas trata-se da "encefalopatia traumática crônica (ETC)", que lhe causou demência e o deixou incapacitado para poder continuar a viver bem e ao lado dos que o amam.
Parece que Maguila será sempre um lutador, lutou contra o preconceito, lutou contra julgamentos e críticas negativas e destrutivas quando surgiu ao lado da sua esposa que esteve ao lado dele até o último dia neste plano, lutou contra muita coisa, e até mesmo na hora do seu descanso tivemos que ler algumas pessoas que provavelmente nunca viu uma luta dele ao vivo na televisão, escrever absurdos sobre uma pessoa que cativava muita gente com o seu jeito humilde de ser e de viver. Estas pessoas que se dedicam a "defecarem" nas redes sociais devem ter uma vida muito boa, sem problemas e sem necessidade de fazer coisas importantes para simplesmente perderem tempo a tentarem destruir uma imagem ou algo mais de pessoas que sequer conhecem. Para este tipo de gente, de pessoas, espero que todos vão tomar no meio do orifício rugoso que defeca, vão para a casa do caralho.
José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, fez a passagem ainda muito novo, com apenas 66 anos de idade, uma idade em que poderia ainda curtir muito a vida e os familiares, estar sempre presente ao lado das pessoas que o amavam, mas que o boxe nos tirou ainda muito novo, da mesma maneira que o boxe nos trouxe para a nossas vidas, mesmo para aqueles que sequer gostavam ou que acompanhavam o boxe, até porque ele foi e será sempre uma lenda brasileira.
Maguila serviu de exemplo para novas gerações, fez duas lutas que ficarão para a história do boxe brasileiro, contra Holyfield e contra Foreman, duas lendas do boxe mundial, sendo que numa delas serviu para que Holyfield se credenciasse para lutar contra Tyson numa luta que ficou muito marcada por um ato de selvageria por parte de Tyson, para os "novatos", pesquisem e saberão o que realmente aconteceu.
Maguila foi descansar, mas algumas partes dele ficarão para sempre na memória de quem o acompanhou nas lutas e até mesmo após deixar os ringues, a outra é que o seu cérebro, doado pela família, será estudado e examinado por cientistas da USP (Universidade de São Paulo) para estudarem a doença que é causada pelos golpes na cabeça, sendo que também há outros dois cérebros que estão a ser estudados, de um jogador de futebol e de outro pugilista.
Que Deus possa confortar a todos àqueles que conheceram pessoalmente ou não Maguila, que possa confortar a todos os parentes, amigos e familiares neste momento em que está a descansar, e que todos nós que tivemos o privilégio de acompanhar as suas lutas não nos esquecemos do quanto ele foi grandioso e importante ao representar um país, uma região (a Nordeste) e um Estado (Sergipe) com muita devoção e dedicação. Descanse em paz vencedor, e que não tenha sido recebido aí na entrada do céu com um tapete com a escrita "Welcome", para que não haja briga.
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