Iniciar um texto sobre um assunto que ganhou muita repercussão, mas com alguns dias de atraso é mesmo interessante, até porque escrever sobre futebol torna-se um pouco delicado por não tratar-se apenas de vinte e dois jogadores a lutarem pela bola e a fazerem de tudo, ou quase tudo, para conseguirem uma vitória contra o adversário. E num desporto coletivo, vemos que ainda valorizam muito o individual com prêmios que em alguns momentos geram discordância, e foi o que ocorreu na última eleição para atribuírem o um troféu de melhor jogador de futebol da atualidade.
Não estarei aqui a criticar o vencedor, mas da maneira que foi feito, temos que deixar o fanatismo de lado e vermos de uma maneira racional o que está a aconteceu no mundo do futebol, e não é de hoje, que muita coisa estranha ocorre e muitos ainda possuem a grande paixão por este desporto que a cada dia que passa torna-se menos populista e mais elitista, e principalmente, um antro de corrupção e de favorecimento conforme a ajuda financeira que determinadas entidades ganham.
Tivemos na última segunda-feira a eleição de melhor jogador do mundo para uma revista francesa, este prêmio que ganhou enorme relevância e que faz com que muitos jogadores de alto nível pensem anualmente em ganhar, como se fosse mais importante do que ganhar títulos com a equipe e/ou com a seleção que defendem e representam, mas fica claro que algo de errado está a ocorrer no prêmio que ocorre todos os anos, e isso fica cada vez mais claro.
Ao anunciarem um jogador de meio campo como vencedor, sendo que o mesmo nem foi o melhor jogador do maior e mais renomado campeonato de futebol do mundo, torna-se estranho, ainda mais ao vermos que há jogadores melhores e que tiveram mais intensidade do que o ganhador dentro de campo. Ao indicarem que votos de alguns companheiros de equipe prejudicaram o colega ao ponto de não ser o vencedor, também é estranho. E se pensarmos que houveram jogadores de meio campo que fizeram muito mais e que são melhores que o vencedor atual, torna-se duvidosa a atribuição do prêmio, e por isso deveria indicar que esta "bola" está mesmo "murcha", mesmo sendo de ouro, mas poderia se de lata igual as latas de sardinhas (não estou a denegrir a imagem das latas de sardinhas). Mas temos de lembrar que o atual vencedor ganhou o título continental com a sua seleção, e isso deve ter ganho um peso maior na atribuição do prêmio.
Muita gente esperava que um determinado jogador ganhasse, por tudo que fez dentro de campo pela sua equipe, com gol em final de Champions League, mas com uma atuação bem inferior quando se tratava de jogar pela seleção, mas mesmo assim, foi muito bem ao ganhar títulos importantes e fazer gols importantes, mas mesmo assim não foi o vencedor.
A Bola "Murcha" de Ouro não deixará de existir, será interessante manter o prêmio ativo todos os anos e causar polêmica, o maior problema na atribuição deste prêmio, ou de outro qualquer, num desporto coletivo, é a importância e a valorização que muitos jogadores dão a ele, se pensassem apenas em praticar o futebol de uma maneira intensa e inteligente com o intuito de ganhar títulos pela seleção e pelos clubes que representam, provavelmente deixaríamos de ver um prêmio ser atribuído de uma maneira duvidosa para jogadores que provavelmente não encontravam-se a frente de outros candidatos.
Penso que a Bola "Murcha" de Ouro deveria ser atribuída para a própria revista que o inventou para que pudesse se reinventar, para que pudesse, num futuro próximo, atribuir o prêmio de maneira mais eficaz e através de uma análise melhor de todos os fatos, e o principal, olhar também para os campeonatos de outros continentes, para aí sim podermos ver jogadores de outros campeonatos fora da Europa e assim ganharem mais notoriedade porque estão esquecidos no mundo do futebol.
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