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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Os "Rolezinhos" de Sampa.

Nos últimos dias o que virou notícia pelo Brasil e até em outros países foram as denominadas invasões por diversos jovens da periferia aos Shoppings da minha amada, caótica e desigual Sampa, conhecido pela palavra "Rolezinho", este ato que até onde eu sei foi idealizado por um jovem com o intuito de apenas beijas as garotas e comer um belo fast-food bem ou mal acompanhado e que agora ganhou uma grandiosidade ao ponto de tornar-se um movimento político sem muito ideal, apenas político.
Quando era jovem também praticava o famoso "Rolezinho", possuía na época entre dez a doze anos de idade e residia no bairro da Aclimação, e íamos ao Shopping Paulista em uma turma de oito a dez pessoas, e naquela época éramos visados pelos seguranças porque dentro do nosso "Rolezinho" havia uma figura carimbada que sempre fazia algum tipo de asneira, então os seguranças do local já o conheciam e como este sujeito estava conosco éramos também tachados da mesma maneira, então seis ou mais pessoas possuíam o mesmo perfil de quem tornava o ambiente hostil para nos mesmos, sendo que ele apenas possuía o costume de puxar o corrimão da escada rolante com o intuito de derrubarem as pessoas a nossa frente, e assim o nosso "Rolezinho" ficava manchado por causa de um elemento.
Os "Rolezinho" atuais ganharam enormes proporções, ao ponto de alguns Shoppings ganharem na justiça o direito de barrar qualquer pessoa que tenha um perfil associado aos idealizadores do movimento e a também multarem quem causar transtorno ou fazer parte do mesmo, mas o interessante nisso tudo é a forma como o "Rolezinho" está a ser tratado, porque ao invés de identificarem os causadores do transtorno no interior dos Shoppings eles simplesmente julgam e avaliam pelo vestuário quem poderá entrar ou não nos Shoppings, e aí que entra o preconceito idiota que anda a crescer muito neste Brasil tão impune e ridículo.
A diferença entre o meu "Rolezinho" e o atual é a quantidade de pessoas que participam, até porque na minha época não havia Internet para mobilizarem os jovens a saírem em direção aos Shoppings, eram apenas entre os amigos, e é aí que mora o problema do "Rolezinho", porque ao divulgarem um movimento simples com o intuito apenas de beijar e de comer um fast-food nas redes sociais o que seria um convite aos amigos tornou-se em um movimento jovem popular onde qualquer pessoa com qualquer índole poderá ou não participar, e quando há indivíduos com o intuito de apenas prejudicarem algo e alguma coisa eles prejudicarão tudo e todos os envolvidos de bem, até porque as pessoas com poder generalizam cada vez uma determinada situação, e a situação do "Rolezinho" foi generalizada já que no meio de uns há outros com o intuito de realizarem badernas e de causarem tumulto.
O "Rolezinho" de Sampa ganhou adeptos em outros Estados da Federação, algo normal por tratar-se de um movimento popular, mas o interessante nisso foi ver em uma reportagem ridícula no programa dominical da Rede Record, o Domingo Espetacular, onde mostrou alguns jovens sem o perfil dos idealizadores do movimento "Rolezinho" a causarem tumulto dentro de um Shopping no Rio de Janeiro, e depois focados apenas no Rio de Janeiro entrevistaram alguns jovens com o pensamento totalmente diferente do ideal do "Rolezinho" criado em Sampa, então realmente o "Rolezinho" ganhou poder político e jurídico bem maior do que deveria ganhar, um status sem necessidade para a realidade do que é o "Rolezinho".
O "Rolezinho" possui a ligação com o novo ritmo musical que invadiu a periferia de Sampa, o Funk, este tipo de Funk que não possui nada a ver com o verdadeiro Funk de James Brown e que também não é caracterizado como verdadeiro som da periferia porque no meu modo de ver o verdadeiro som da periferia é o RAP e o HipHop, estes sons que mostram a verdadeira realidade da periferia com os seus diversos representantes de peso que fazem e fizeram um grande sucesso.
O "Rolezinho" poderá ser um movimento de curta ou de longa duração, isso dependerá de como a sociedade ridícula e fechada no mundo da classe alta aceitará, porque o "Rolezinho" anda demonstrar o quanto as pessoas de posse são mesquinhas e preconceituosas, até porque em todas as classes sociais anda a faltar algo essencial para a vida de todos, respeito, porque se não houver respeito não haverá educação e no final das contas todos serão tratados de maneira imparcial e preconceituosa por quem acha que este pensamento e tratamento é a melhor maneira de viver, de sobreviver, de julgar, de pensar e de agir.


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