Durante os meus anos em Terra de Camões fiquei mal habituado porque perdi o meu tempo apenas uma vez para matar uma barata, durante mais de seis anos eu apenas matei uma barata, e percebi que lá, ou melhor, nos locais onde residi, as ruas e as regiões são bem mais limpas do que diversas ruas e regiões da minha amada e caótica Sampa, e provavelmente a falta de limpeza ajuda em muito na proliferação das baratas, estes insetos que sobrevivem e vivem em todos os cantos não importa onde e a temperatura, encontram-se mais habituadas ao ambiente hostil de Sampa do que nós seres porcos humanos.
Desde a minha mudança de vida radical as coisas mudaram, praticamente virei um exterminador de baratas em qualquer hora do dia, porque fica difícil fechar a porta de casa e passadas algumas horas devido ao calor e a umidade deparar-me com algumas baratas a andarem pelas paredes, e pior é que elas proliferam-se com rapidez, e se hoje matei cinco baratas amanhã aparece a família das cinco baratas a reclamarem os corpos para realizarem um enterro digno, e aí sou obrigado a acabar de vez com os amigos e parentes das minhas últimas vítimas ocasionando mais mortes, então o que eu matei em alguns meses foi muito mais do que eu matei em seis anos de vivência e de sobrevivência em Portugal, muito mais mesmo.
O interessante é que as baratas andam por todos os lados, quando estamos no transporte público, no caso dos ônibus, aparece uma ou outra barata, já é assim há anos, lembro-me bem quando no ano de 2001 eu pegava o ônibus na Praça 14 Bis para ir ao trabalho na Vila Olimpia e sempre via algumas baratas a caminharem pelas paredes do ônibus, e tinha vontade de perguntar se elas pagavam ou não o valor da passagem, mas o interessante era a reação da mulheres quando as viam caminharem pelas paredes, e isso no ano de 2001, e parece que de lá para cá nada mudou em relação a limpeza e as baratas que invadem todas as regiões de Sampa.
É óbvio que a sujeira está em todos os lados e a culpa disso são dos seres porcos que julgam humanos, e um exemplo disso é a esquina da minha casa, que juntam os "pseudo-estudantes" do Mackenzie todos os dias a beberem e a sujarem por completo a rua, e nisso contribuem imensamente para o aumento do número de baratas e elas não ficam centradas apenas na região dos bares, andam e voam em direção a qualquer lugar, invadem prédios e casas onde encontram um ambiente quente e provavelmente úmido propício para desovarem.
No dia de ontem ao voltar do trabalho fiquei a espera da minha esposa para abrir-me a porta do prédio e durante os dois minutos que fiquei do lado de fora presenciei uma barata do tamanho do meu pé (exagero da minha parte logicamente), uma barata grande a passar do meu lado e infelizmente não consegui exterminá-la, mas provavelmente do lugar que saiu a barata enorme que não consegui matar sairão outras porque o ambiente de sujeira é propício para elas saírem do ninho e invadirem as casas.
As baratas também são o mau de Sampa, algo que não se veem quando há muita limpeza ao redor, e eu presenciei esta situação ao morar em Portugal, onde há muita limpeza e poucas baratas ao ponto de ver apenas uma durante mais de seis anos, então o que falta mesmo para Sampa é uma limpeza mais eficaz e o principal, uma conscientização bem maior das pessoas para evitarem o acúmulo de lixo nas ruas e a depredação da lixeiras que servem para que o lixo não fique jogado nas ruas, porque ao realizarmos este procedimento as baratas ficarão apenas nos locais onde há lixo e sujeira e não terão para onde sair, mas enquanto houver porquice haverão baratas, por mais que as matemos elas tendem a procriarem-se com enorme velocidade tornando-se no mau de Sampa por muitos e muitos anos, e infelizmente a enorme culpa nesta situação é toda do ser porco humano que sobrevive e vive em Sampa.
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