Desde que me conheço por gente a minha Mãe sempre teve que trabalhar fora para ajudar no sustento de casa, e mesmo assim sempre tive a minha Mãe como uma Mãe e um Pai, já que o meu Pai foi sempre um "presente-ausente" na minha vida desde os meus seis ou sete anos de idade.
Com o passar do tempo fui sendo o companheiro de todas as horas e momentos da minha Mãe, para tudo que me acontecia sempre tive na minha Mãe o que não tinha em alguns momentos que era o fato de poder conversar sobre qualquer assunto, sim, mesmos os mais diferentes eu conversava com a minha Mãe e assim ela também sempre podia contar comigo para o que desse e viesse.
Mesmo quando iniciei o meu namoro jamais deixei de lado a minha Mãe, coisa que muitos fazem por este mundo afora quando começam a namorar e se esquecem da família que é o alicerce principal da nossa vida, mesmo assim continuei o meu namoro sem deixar a minha Mãe de lado, de escanteio, e em nenhum momento tive vergonha da minha Mãe, de apresentar a minha namorada a ela, sendo que foi no seu serviço que eu levei a minha namorada para conhecê-la, deixando bem claro o meu modo de ser e de pensar em relação a isso.
Com o passar dos anos e com o relacionamento mais sério do que o normal tomei uma atitude drástica, que foi a de largar tudo na minha querida Sampa para vir casado para Portugal, deixando para trás a minha Mãe que eu tanto amo.
Deixar a minha família para trás, ou melhor, a minha Mãe para trás foi algo que pesa nas minhas costas desde o primeiro momento em que pisei em terra lusitana, antes bastava eu andar vinte minutos a pé que eu já me encontrava com ela, atualmente é preciso muito dinheiro e pelo menos quatorze horas para eu poder me encontrar com ela, tempo eu tenho de sobra mas o que me falta é dinheiro para voltar a vê-la.
Na atual situação em que me encontro sinto muita falta da minha Mãe, porque a esta hora estando em Sampa sempre estaria com ela do meu lado, a curtir a família, vendo-a curtindo o neto tão "sapeca levado da breca", jogando baralho (dando uma surra nela no baralho), levandro bronca, discutindo e principalmente nos divertindo.
O fato de estar longe não me faz ficar totalmente longe, em todos os finais de semana mato um pouco da saudade ligando para ela, mas o principal mesmo era o de poder estar próximo para poder ganhar um abraço a quase todo instante.
A saudade que eu sinto e que desde que sai da minha terra sentia foi tirada do meu peito quando após quatro anos e alguns meses a minha Mãe com muito esforço e trabalho conseguiu vir me visitar e também conhecer o seu neto mais velho, assim pude aproveitar três meses ao seu lado para matar a saudade que já apertava o meu peito, mas o pior foi ter que vê-la partir para Sampa sem infelizmente saber quanto tempo mais ficarei sem poder vê-la, sem ganhar um beijo, sem ganhar um abraço, sem levar uma bronca, sem ganhar dela no baralho e sem comer algo de bom que ela cozinhe.
A minha Mãe sabe de uma coisa, o principal, que a única coisa que nos separa é a distância, porque de resto estamos sempre ligados e infelizmente a saudade no meu peito só tende a aumentar com o tempo a passar, e não vejo a hora de poder voltar para um belo abraço poder-lhe dar. Mãe, estou com saudades e te amo muito.
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